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Ambulantes, Antony Gormley, apartamento das Palmeiras, Barafonda, Centro Cultural Banco do Brasil, Companhia São Jorge de Variedades, Debate sobre Realidade e Cultura Contemporânea, Escola da Cidade, Espaço Zé Presidente, exposição, Jorge Amado, Masp, Modigliani, Museu da Língua Portuguesa, Seminário, show, teatro
~ 15 de junho ~
Como botar no caldeirão Dionísio, Prometeu e a história da Barra Funda, a Companhia São Jorge de Variedades realizou uma obra dramatúrgica maravilhosa itinerante de arrepiar os elétrons. 2km de caminhada pelo bairro, 4 horas, desafiando todos os padrões estéticos e estruturais que os antecedem, com certeza merece uma cobertura poética mais longa, devido a imensidão poética destrinchável desta obra, que estará no ar logo logo.
~ 20 de junho ~
Em mais uma edição (e última do semestre) dos seminários de Realidade e Cultura Contemporânea da Escola da Cidade, recebemos nada mais nada menos que Antônio Risério, poeta, escritor e antropólogo que, acompanhado de Lúcio Agra, tratou da questão de gênero nos espaços públicos. Desta vez pouco didático, fazendo leitura direta de sua “colinha” não prendeu a atenção do público e houve pouca interação, diferente de outros convidados anteriores mais permeados pela horizontalidade.
~ 22 de junho ~
O Museu da Língua Portuguesa – além do seu espetacular acervo permanente que nos mostra a influência das linguas e idiomas na construção das civilizações, da força das palavras, das canções, das poesias de língua portuguesa (muito bem selecionadas e interpretadas) – conta com a exposição temporária de Jorge Amado, um dos maiores do Brasil e do mundo com seus lindos romances que nos conecta a pura cultura popular. A exposição se mantém até dia 22 de julho e eu recomendo por sua originalidade de disposição, estrutura, cores e mais cores.
Corpos Presentes é a exposição do inglês Antony Gormley no Centro Cultural Banco do Brasil que tive a lisonja de apreciar. Esculturas de corpos em tamanho real suspensas na grande cúpula da galeria me dava a impressão de uma obra viva que procura a morte. Seguindo a exposição me senti pasmo com a genialidade do artista de transcender a representação de corpo em diversas formas e matérias. Alem da instalação interna, Antony Gormley recheou a beira dos arranha-céus do centro de São Paulo com suas “esculturas suicidas”, uma intervenção que me soa mais como terrorismo poético causando um desconforto esteticamente lindo aos transeuntes. A exposição se mantém até dia 15 de julho.
O Espaço Zé Presidente (Vila Madalena) recebeu a banda Ambulantes na noite de sexta, junto com Pata de Onça e DJ Carnaval. A Ambulantes é uma banda de baita qualidade sonora, independente com repertório próprio, engajada no resgate das tradições, interlocutando o reggae com Jazz, Samba, Rock, Ska, Capoeira, Dub e Rap. Vale a pena conferir seu som envolvente e cativante.
~ 23 de junho ~
Masp traz um grande artista em uma exposição “fraquíssima”. Amadeo Modigliani, o artista dos amores e infortúnios, foi mal retratado nos porões do MASP, cujos textos pareciam revista de fofoca. Uma pena pois o trabalho desse homem é brilhante mas não vale os 15 pila para assistí-lo. Saí decepcionado. Mesmo assim proponho que vejam com seus próprios olhos e tirem suas conclusões. A exposição se mantem até dia 15 de julho.
~ 24 de junho ~
Uma nova reinvenção de instalação foi testada em uma exposição de fotografias e outras linguagens em um apartamento que residem 5 jovens (incluindo o que aqui escreve) que resolveram apostar em “arte fora do museu” abrindo ao público a possibilidade de intervenção enquanto sujeito nas próprias obras, coisa que em grandes galerias encontrariam-se várias barreiras (porque não dizer) morais que impossibilitam o expectador de residí-la. Com o lema “sinta-se em casa” a exposição fluiu em tons intimistas e um clima de encontros férteis que acabou expontaneamente em festa. As obras continuarão expostas e, através de visitas agendadas, as portas do apê das Palmeiras estarão abertas para um cafezinho ao som de vinil.